Por Ricardo Sampaio
Atualmente, tem ocorrido uma ampla abordagem sobre ESG (Environmental / Social / Governance) no mundo empresarial, juntamente com a preocupação de se adotar práticas sustentáveis aos negócios. As vezes vemos muitas ações ligadas aos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – definidos pela ONU) e poucas políticas realmente estruturadas e capazes de atendê-los de maneira continua – ações de assistencialismo e não políticas.
As Empresas passam por um momento de maturação, ora buscando reconhecer seu papel crucial na redução de emissão de carbono, ora adotando estratégias ambientais eficazes para preparar e perpetuar o planeta para as novas gerações, visando, também, reforçar a sua marca e reputação.
Além disto, práticas sociais responsáveis no mundo corporativo, tais como: inclusão, diversidade, respeito aos direitos humanos e igualdade de gênero, são fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.
Contudo, é perceptível que, para se obter sustentabilidade a longo prazo, arrisco-me a afirmar que a Governança é o pilar principal e de fácil tangibilidade.
Quando tratamos a respeito de sociedade e meio ambiente, a própria sociedade impulsiona para que ações sejam implementadas, em seu entorno, pelas Empresas. Contudo, no quesito Governança, as ações fazem parte da rotina das corporações. Ser transparente e prestar contas parece não possuir o mesmo “valor e brilho” às pessoas, quanto às iniciativas sociais e ambientais, porém o “G” pode auxiliar diretamente na gestão e analise de desempenho e controle de uma organização. Um exemplo prático, ao meu ponto de vista, está nas próprias Companhias listadas nas Bolsas de Valores do Brasil (B3). Observa-se uma grande quantidade de informações apresentadas em seus Balanços Sociais, em comparação aos próprios resultados financeiros e ou controles internos.
Empresas Americanas são obrigadas a terem pareceres formalizados de validação de controles internos, e não só parecer da demonstração financeira – existe uma preocupação adicional em como os números foram gerados e não só a análise destes resultados.
Montar uma boa prática de GRC e um bom serviço de auditoria interna pode além de auxiliar a gestão, minimizar riscos e manter bons indicadores de transparência.
A Governança precisa ser mais valorizada e compreendida pela sociedade, para desenvolver o interesse de conhecê-la e desburocratizá-la, reforçando o papel da ética e da transparência nas práticas de gestão de uma Empresa, com ações voltadas ao ambiente e social, de maneira estruturada e perene.